Pesquisar este blog

segunda-feira, 13 de janeiro de 2014

JOÃO CALVINO E O PENTECOSTALISMO!!!



João Calvino o mais erudito reformador, escreveu as Institutas no ano de 1536 (em Latim) e a última revisão em 1559, faz uma leitura extremamente atual de um assunto que nos últimos 113 anos (o pentecostalismo clássico data de 1901) está na baila das discussões nas Igrejas Históricas.
Se os presbiterianos que se gabam de serem herdeiros da erudição reformada e do grande reformador CALVINO se dessem conta do que é o pentecostalismo, e como o reformado já lutava com algo parecido com isso em sua época, mudariam de opinião, averiguando que nós convivemos hoje aos pares com Pentecostais e Neo-pentecostais dentro da IPB. É salutar ver que o grande reformador já no século XVI tratava com maestria do assunto e é salutar o estudo do texto abaixo para entender o que estava ocorrendo no século XVI, o que ocorreu no século XX e o que estamos vivendo no século XXI, como dizia minha sabia professora de HISTORIA.
“É estudando o passado que entenderemos o presente e mudaremos o futuro...“

As Institutas ou
Tratado da Religião Cristã
vol. 1 - CAPÍTULO IX
OS FANÁTICOS QUE, POSTA DE PARTE A ESCRITURA, ULTRAPASSAM
A REVELAÇÃO E SUBVERTEM A TODOS OS PRINCÍPIOS DA PIEDADE

1. Apelo fanático ao Espírito em detrimento da Escritura

Ademais, aqueles que, repudiada a Escritura, imaginam não sei que via de acesso a Deus, devem ser considerados não só possuídos pelo erro, mas também exacerbados pela loucura. Ora, surgiram em tempos recentes certos desvairados que, arrogando-se, com extremada presunção, o magistério do Espírito, fazem pouco caso de toda leitura da Bíblia e se riem da simplicidade daqueles que ainda seguem, como eles próprios a chamam, a letra morta e que mata.
Eu, porém, gostaria de saber deles que Espírito é esse de cuja inspiração se transportam a alturas tão sublimadas que ousem desprezar como pueril e rasteiro o ensino da Escritura? Ora, se respondem que é o Espírito de Cristo, tal certeza é absurdamente ridícula, se na realidade concedem, segundo penso, que os apóstolos de Cristo, e os demais fiéis na Igreja primitiva, foram iluminados não por outro Espírito. O fato é que nenhum deles daí aprendeu o menosprezo pela Palavra de Deus; ao contrário, cada um foi antes imbuído de maior reverência, como seus escritos o atestam mui luminosamente. E, na verdade, assim fora predito pela boca de Isaías. Pois o povo antigo não cinge ao ensino externo como se lhe fosse uma cartilha de rudimentos, onde diz: “Meu Espírito que está em ti, e as palavras que te pus na boca, de tua boca não se apartarão, nem da boca de tua descendência, para sempre” [Is 59.21], senão que ensina, antes, haver de ter a nova Igreja, sob o reino de Cristo, esta verdadeira e plena felicidade: que seria regida pela voz de Deus, não menos que pelo Espírito. Do quê concluímos que, em nefando sacrilégio, estes dois elementos que o Profeta uniu por um vínculo inviolável são separados por esses biltres. A isto acresce que Paulo, arrebatado que foi até ao terceiro céu [2Co 12.2],
entretanto não deixou de aprofundar-se no ensino da lei e dos profetas, assim como também exorta a Timóteo, mestre de singular proeminência, a que se devotasse a sua leitura [1Tm 4.13]. E digno de ser lembrado é esse elogio com que adorna a Escritura: “é útil para ensinar, admoestar, redargüir, a fim de que os servos de Deus se tornem perfeitos” [2Tm 3.16]. De quão diabólica loucura é imaginar como se fosse transitório ou temporário o uso da Escritura que conduz os filhos de Deus até a meta final!
Em seguida, desejaria que também me respondessem isto: porventura beberam de outro Espírito além daquele que o Senhor prometia a seus discípulos? Ainda que se achem possuídos de extrema insânia, contudo não os julgo arrebatados de tão frenético desvario que ousem gabar-se disso. Mas, ao prometê-lo, de que natureza declarava haver de ser esse Espírito? Na verdade, um Espírito que não falaria por si próprio; ao contrário, que lhes sugeriria à mente, e nela instilaria o que ele próprio havia transmitido por meio da Palavra [Jo 16.13].
Logo, não é função do Espírito que nos foi prometido configurar novas e inauditas revelações ou forjar um novo gênero de doutrina, mediante a qual sejamos afastados do ensino do evangelho já recebido; ao contrário, sua função é selar-nos na mente aquela mesma doutrina que é recomendada através do evangelho.


Que DEUS em sua infinita misericórdia nos permita entender a ação SOBERANA da trindade em nossa vida, e que não incorramos no erro de desprezar a revelação de DEUS e trocá-la por experimentalismo humano e carnal.

Nenhum comentário:

Postar um comentário